Ainda mágico, ainda certo, ainda assim, ainda sim, estou caminhando-me.
E volto pra olhar os passos, rastros na terra batida, tantos cacos, tantos sonhos. Vôo baixo, às vezes. Descanso, às vezes. Caio e me levanto, me levando, me lavando.
De vez em quando pálpebras cansadas, de vez em sempre pernas doendo, coluna com sobrepeso - Atlas que o diga... Mas gosto de acreditar na Menina Vento, que insiste: - você tem fôlego, não pára não, acredita... É tão bom quando ela aparece no meio de alguma corrida, tão serelepe - sim, o adjetivo é bem esse mesmo -, tão saltitante, tão leve e risonha e diz: - Oi!!!, com três exclamações infantis (num meio pulinho), com aquele jeito moleca e menina, de quem não sabe mentir, de quem não sabe do medo, de quem não sabe da perda... (quem dera, né Menina?)
É com esse jeito que ela vem me falar que eu consigo. E, por isso, acredito em mim.
Tento acompanhá-la um pouco, tonto, não consigo.
Por enquanto. Pôr enquando.
Quando um eu toma as rédeas, me saboto:
digo pra mim mesmo: - quem falou que você tem fôlego?, você mal caminha, volta a andar!...
Não gosto "desse" eu. Eleu não combina comigo. Com meu outro migo. Cominimigo.
Mas continuo caminhando. Vou continuar tentando correr, tantando correr. Mesmo que ela não veja, mesmo que o tempo passe, mesmo que eu nunca acorde, mas tantando sempre. E cantando. E, quem sabe um dia, encantando...
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